O ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, estuda a hipótese de fazer delação premiada, de acordo com informações da colunista Monica Bêrgamo. Ele tem falado sobre o tema abertamente em Curitiba, onde está preso.
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O advogado do petista, José Roberto Batochio, nega a possibilidade. Palocci foi o principal interlocutor do empresariado na era Lula e Dilma Rousseff. O potencial de uma delação dele é considerado mais do que explosivo.

Propina
O juiz federal Sergio Moro decretou o bloqueio de bens do ex-ministro e de outros acusados até o valor de R$ 128 milhões. Segundo o magistrado, esse é o montante indicado em planilha da Odebrecht que supostamente registra os valores de propina que estavam sob a gestão do petista -desse total, Palocci teria recebido R$ 6 milhões.
No despacho, Moro afirma haver provas de que o ex-ministro coordenou o repasse de propinas da Odebrecht para o PT.

“Surgiram provas, em cognição sumária, de que ele [Palocci] recebia e era responsável pela coordenação dos recebimentos por parte de seu grupo político de pagamentos subreptícios pelo Grupo Odebrecht”, escreveu o juiz na decisão.

Segundo a PF, há indícios de que o ex-ministro tenha atuado diretamente para obter vantagens econômicas para a empresa em contratos com o poder público e se beneficiado de valores ilícitos. Entre as provas obtidas pela força-tarefa estão e-mails que mostram indícios da atuação de Palocci nos crimes sob investigação. No escopo da delação premiada que a Odebrecht negocia com a Procuradoria, executivos da empreiteira detalham a relação de Palocci com o grupo.