A situação dos prefeitos afastados de Eunápolis e Porto Seguro, Robério Oliveira e Cláudia Oliveira, respectivamente, não tende a melhorar nos próximos dias. Ao BNews uma fonte da região extremo sul da Bahia afirmou que os 25 auditores federais e os agentes da polícia federal continuam as investigações e a tendência, conforme este mesmo interlocutor, é que quanto “mais mexer, pior vai ficar”. A expectativa é que nas próximas semanas outras denúncias surjam tornando o retorno do casal às atividades públicas ainda mais difíceis.

As investigações apontam que as prefeituras envolvidas contratavam empresas relacionadas ao grupo familiar para fraudar licitações, simulando a competição entre elas. Após a contratação, parte do dinheiro repassado pelas prefeituras era desviado, utilizando-se de “contas de passagem” em nomes de terceiros para dificultar a identificação do destinatário final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam para membros da organização criminosa, inclusive através repasses a empresa de um dos prefeitos investigados. Essas mesmas empresas também eram utilizadas para a lavagem do dinheiro ilicitamente desviado.

Em um dos casos investigados, foi observado que uma das empresas do esquema tinha como sócio um ex-funcionário de outra empresa do grupo criminoso, que teria investido 500 mil reais na integralização do capital. Os policiais federais descobriram, no entanto, que a renda mensal do ex-funcionário era de apenas R$ 800,00 à época.

Os contratos fraudados somam aproximadamente 200 milhões de reais. Os policiais identificaram uma verdadeira “ciranda da propina” na qual as empresas dos parentes revezavam as vitórias das licitações para camuflar o esquema e, em muitos casos, chegavam ao extremo de repassar a totalidade do valor contratado na mesma data do recebimento a outras empresas da família.