O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a indisponibilidade de “parte de sete edifícios construídos ou em construção” em Salvador, que teriam recebido aportes de dinheiro de empresas ligadas à família do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Entre eles está o La Vue, localizado no bairro da Barra, pivô do pedido de exoneração do peemedebista da Secretaria de Governo em novembro do ano passado. As informações foram divulgadas pelo Estadão. O ministro justificou que vê “indícios suficientes” da prática do crime de lavagem de dinheiro.

Segundo o jornal, o valor total de bens da família Vieira Lima tornado indisponível é de R$ 13 milhões, referente a investimentos em empreendimentos da Cosbat em Salvador. Na decisão, Fachin afirmou que “ressoam indícios de que os denunciados aplicaram altos valores em investimentos no mercado imobiliário, tanto que confirmada a aquisição, perante a empresa Cosbat Construção e Engenharia, de várias cotas de participação em imóveis em construção no Estado da Bahia”. Ao menos R$ 5,2 milhões foram repassados em dinheiro pela família Vieira Lima à empresa, conforme denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).

A Polícia Federal apontou indício de lavagem de dinheiro quando, nos desdobramentos das investigações da Operação Tesouro Perdido, que resultou na apreensão de R$ 51 milhões em dinheiro em um apartamento, recebeu de Machado uma lista de investimentos feitos pela família Vieira Lima em empreendimentos da Cosbat. Segundo relato do engenheiro à PF, os pagamentos foram feitos por meio de cheques e dinheiro em espécie.

Ainda de acordo com o jornal, na lista entregue pelo engenheiro constam dois cheques emitidos pela M&A Empreendimentos, empresa que leva as iniciais dos pais de Geddel, Marluce e Afrísio – morto em janeiro deste ano. São pagamentos nos valores de R$ 1,7 milhão e R$ 161 mil, respectivamente em 2014 e 2015, referentes ao Edifício La Vue, cujas obras, estão paralisadas desde novembro do ano passado por determinação da Justiça Federal. Na decisão, Fachin ordenou a indisponibilidade de 20% do empreendimento.