Victor Orlando da Rocha Macedo formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano de 1981. No estado carioca, o CRM dele é o 384524/RJ, e trabalhava como oftalmologista. Em Alto Paraíso de Goiás atuou como médico clínico geral, sob o CRM 10679/GO, mesma função desempenhada no Distrito Federal, com o CRM 14732/DF. capa2

Na Bahia, o CRM de Dr. Victor Macedo é o 25710/BA e não consta registro de especialidade. Em virtude da repercussão da morte da jornalista, o médico foi afastado do cargo de obstetra, que ocupava no município do Prado. De acordo com a Secretaria de Saúde de Itamaraju o médico, que atuava como clínico geral, também não está mais atuando.

Há cerca de um mês, Victor Orlando da Rocha Macedo começou a trabalhar em Porto Seguro, como pessoa jurídica, e lá, assim como Eunápolis, continua atuando como médico obstetra.

Salta aos olhos a falta do registro da especialidade médica obstetrícia no cadastro dele junto ao Conselho Federal de Medicina. Um erro ou a falta da especialidade, de fato? Não sendo especialista nessa área, jamais poderia realizar os procedimentos que, há anos, desempenha e, tudo indica, foi fundamental no procedimento que levou à morte da jornalista. A vida de muitas outras pessoas podem ter se perdido e, por falta de informação, famílias ainda choram caladas à triste estatística de erros médicos.

Denunciado no Conselho Federal de Medicina (CRM), no Ministério da Saúde e na Secretaria de Saúde do estado da Bahia (SESAB), o médico ainda deve responder a processo criminal de homicídio culposo.

O CASO – A morte aconteceu no dia 27 de abril, durante o procedimento médico de parto cesáreo e laqueadura, no Hospital da Associação Beneficente São Pedro (ABESP), em Prado.

A causa morte determinada pelo Departamento da Polícia Técnica (DPT) apontou anemia aguda (perda de sangue) e atonia uterina (hemorragia provocada pelo útero).

O parto começou às 09h00 da manhã e o falecimento foi anunciado pelo médico as 16h30. Durante esse tempo, a jornalista lutou pela vida, sem reposição de sangue e com hemorragia interna. Nesse cenário, não havia a mínima chance de sobrevivência.

O procedimento foi realizado pelo médico Dr. Victor Orlando da Rocha Macedo (CRM 25710). A decisão do médico em não fazer a transferência para outra unidade (seja pública ou particular) e em não providenciar bolsas de sangue, nem reabrir a paciente para retirada do útero (procedimento conhecido como histerectomia), são apontadas como negligência e imperícia e preenchem os fundamentos para uma ação na justiça por crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar, mas assume o risco por negligência, imperícia ou imprudência).

Segundo familiares, o médico repetia insistentemente que a jornalista tinha uma saúde de ferro e um coração muito forte. Estaria ele surpreso dela ter aguentado mais de sete horas após o início do parto, nessas condições?

CONCURSO EM EUNÁPOLIS – O médico participou do último concurso público realizado pela Prefeitura de Eunápolis, no ano de 2015, e não conseguiu atingir a nota mínima de classificação (50%). Somou apenas (42,5%) e foi desclassificado.

Chama atenção que o médico formado há 35 anos, tenha acertado apenas 07 de 20, justamente em conhecimentos específicos da área médica, onde atua no dia a dia, labutando com vidas humanas. (veja a classificação no endereço eletrônico: http://www.msmconsultoria.com.br/2015/pm_eunapolis/rgcpm12/66.pdf)