O PSDB da Bahia vai travar em 2018 uma batalha para sobreviver com representação na Câmara dos Deputados e pode sair do pleito ainda menor.

Essa perspectiva não é de alguém externo, mas de um representante do partido que conhece as agruras a que deve se submeter a sigla para manter as três cadeiras atuais no Legislativo federal, com a iminente saída do ministro Antônio Imbassahy dos quadros da legenda e a virtual candidatura de Jutahy Magalhães Jr. para o Senado.

Pelas contas, apenas João Gualberto permaneceria como um candidato com certo grau de competitividade, já que até mesmo a reeleição de Jutahy Jr. não é considerada certa – tanto que a tentativa dele migrar para a chapa majoritária seria uma saída honrosa para um parlamentar com mais de 30 anos de Câmara. Ainda assim, ter Jutahy na chapa liderada por ACM Neto (DEM) como candidato a governador não traria tantos votos no interior, uma necessidade do prefeito de Salvador para fazer contraposição à tentativa de reeleição de Rui Costa (PT).

Jutahy está longe de ser considerado um agregador no processo, segundo avaliam aliados. Alçá-lo a uma vaga ao Senado – ou até mesmo como vice – seria um prêmio de consolação pelos relevantes serviços. O primordial é combinar com ACM Neto, o que deve demorar para acontecer, já que o prefeito aponta só falar sobre o assunto no próximo ano.

Há apostas de que o deputado estadual Adolfo Viana poderia ascender para uma candidatura a deputado federal, porém até esse projeto é avaliado com cautela no núcleo tucano – ainda mais com a possibilidade do Supremo Tribunal Federal barrar as coligações proporcionais nas eleições de 2018, após o Congresso Nacional adiar esse fim para 2020.

Com força limitada no cenário baiano, o PSDB perde musculatura política para brigar por uma vaga na chapa de ACM Neto, em um nível de desgaste menor do que o do PMDB, porém mensurável do ponto de vista eleitoral.

O trunfo dos tucanos – que também pode ser uma sina – é a candidatura à presidência da República, atualmente cogitada para ser capitaneada pelo prefeito de São Paulo, João Doria Jr., ou pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Caso a aliança entre PSDB e DEM se mantenha no cenário nacional, não seria impossível prever que os tucanos consigam negociar espaço para a chapa do próximo ano com ACM Neto.

No entanto, o próprio DEM não descarta ter uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2018. O cenário parece estar longe de ser favorável para o PSDB da Bahia nas eleições futuras. Este trecho integra o comentário desta quarta-feira (4) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.