A internet já chegou a mais da metade dos lares brasileiros.  Em 2014, 54,9% dos domicílios tinham acesso à rede – o equivalente a 36,8 milhões de residências. Em 2013, apenas 48% dos domicílios acessavam internet. Embora o uso do microcomputador para navegar na rede continue avançando, o país registrou um aumento mais significativo no acesso através dos telefones celulares, que se tornaram o  equipamento mais usado para navegar na rede mundial.

Os dados são do Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que foram divulgados ontem pelo IBGE.

Entre os lares com internet, 80,4% deles (29,6 milhões) tinham acesso através de telefone celular; 76,6% (28,2 milhões), por microcomputador; 21,9% (8,1 milhões), por tablet; 4,9% (1,8 milhão), por televisão; e 0,9% (0,3 milhão), por outros equipamentos eletrônicos. A quantidade de acessos por meio de tablet, telefone celular e televisão aumentou, respectivamente, 50,4%, 76,8% e 116,34%, em relação a 2013.
RTEmagicC_quemrede.jpgA Região Norte teve a maior proporção do uso de telefone celular para acesso à internet em 2014, 92,5%. “Por questões de infraestrutura da região Norte, da maior dificuldade de chegar o cabeamento, o acesso móvel à internet lá aumenta muito”, explica Helena Oliveira Monteiro, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O país registrou ainda avanço na conexão por banda larga. Dos 36,8 milhões de domicílios com acesso à internet, 0,8% possuíam só a conexão discada e 99,2%, conexão em banda larga. A conexão em banda larga fixa cresceu 9,9% em relação a 2013, mas a sua proporção caiu: de 77,1% para 71,9% dos domicílios com internet. Já a presença da banda larga móvel pulou de 43,5% para 62,8% dos domicílios  – uma expansão de 70% no período de apenas um ano.

Acesso desigual
O avanço em relação ao acesso da tecnologia ainda foi insuficiente para eliminar as diferenças de acesso entre as faixas de renda. Os pobres permanecem menos conectados. O acesso à internet aumenta conforme a faixa de renda do cidadão. Entre os que possuem renda domiciliar mensal por pessoa de até 25% de um salário mínimo (R$ 220 em valores atuais), apenas 28,8% têm acesso à rede.

Embora tenha avançado 4,9 pontos percentuais no período de apenas um ano, quando apenas 23,9% desse contingente acessava a rede, o percentual ainda é muito inferior ao total de pessoas que acessam a internet na faixa com renda superior a dez salários mínimos: 91,5%.

Em 2014, 54,4% da população com 10 anos ou mais de idade utilizaram a internet pelo menos uma vez nos 90 dias que antecederam a entrevista para a pesquisa. O resultado representa um aumento de 5,0 pontos percentuais em relação ao ano anterior

Quanto mais jovem, maior o uso da internet. Quem mais acessa, segundo o IBGE, é o grupo de 15 a 17 anos, com 81,8% da população conectada. A taxa vai caindo com o aumento da idade. Na faixa mais avançada, com mais de 60 anos, apenas 14,9% dos indivíduos acessam a internet, apesar de o país ter hoje mais idosos conectados.