As entrigas entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o senador Jaques Wagner (PT), não começaram agora com as críticas do parlamentar contra a indicação da ex-primeira-dama Aline Peixoto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Segundo apurado, as tensões ficaram explícito na condução da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao Governo do Estado, em 2022.
Foram várias pequenas situações que culminaram no desgaste da relação. Os dois discordaram, por exemplo, sobre como seria a chegada de Lula para o grande comício do no Farol da Barra, no dia 12 de outubro.
“Na reunião que tratou da vinda de Lula, por exemplo, eles se estranharam. Rui achava que Lula não deveria ter tantas regalias, Wagner achava que sim”, relata uma fonte envolvida na campanha daquele ano, para a reportagem.
Esse foi só um dos estresses entre os caciques petistas. “Rui atrasava muito nos eventos, especialmente nos PGPs, e Wagner ficava irritado. Nas viagens também. Rui atrasava para chegar no aeroporto e Wagner se irritava”, emenda a fonte.
Nos bastidores, Rui está revoltado e tem dito a aliados que a reação de Wagner e da mulher dele, Fátima Mendonça (que também é contra a indicação de Aline), é um “absurdo”.
O afastamento da dupla, aliás, ficou evidente quando Lula visitou Santo Amaro (BA) no evento que marcou a retomada do programa Minha Casa Minha Vida. Na ocasião, os dois ficaram distantes no palanque.
Em entrevista durante o Carnaval, Wagner disse que não é contra a pessoa de Aline, mas reforçou ser contra a indicação:
“Eu acho que a indicação deveria recair sobre alguém da Casa [A Assembleia Legislativa]. Nada contra a pessoa física [de Aline Peixoto], eu só defendi um conceito. Não quero ficar discutindo isso porque eu não quero ficar parecendo que estou contra uma pessoa. Só defendi um procedimento. [Mas] se você me perguntar se eu sou a favor, não. Eu sou contra”, declarou.
Aline Peixoto deverá enfrentar uma sabatina na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), juntamente com o deputado Tom Araújo – seu adversário na indicação ao TCM. Os encontros foram marcados para os dias 6 e 7 de março, respectivamente.
O cargo de conselheiro da Corte está vago desde a aposentadoria do conselheiro Raimundo Moreira. A função da estabilidade até os 75 anos salário a partir de R$ 35.462,22.