Segundo Ronildo Amandios, de 39 anos, ele vai reunir os homens do local para que façam um ‘teste’ a fim de descobrir se o criminoso é membro da comunidade. “Houve uma perícia no material genético que estava na menina e, uma vez que tivermos resposta por parte da polícia, vou reunir todos os [20] membros homens para verificar se foi alguém de dentro da aldeia”, afirmou em entrevista ao G1, nesta sexta-feira (21).
O líder indígena também explicou como será o desdobramento da situação caso um dos membros da comunidade seja apontado como o criminoso.
“Valerão os aparatos da lei. Por mais que sejamos indígenas, não temos a ‘tutela’ antiga da Funai [Fundação Nacional do Índio], quando respondíamos por nós mesmos. Podemos responder civilmente”, disse.
A menina foi encontrada em uma região de mata, com sangramento na região genital, na quarta-feira (19), e segue internada no Hospital do Vicentino. Ninguém foi preso. Conforme reportado anteriormente, a Polícia Civil, Conselho Tutelar e a Funai acompanham o caso e tentam encontrar o autor do crime.
De acordo com o boletim de ocorrência ao qual o g1 teve acesso, as lesões de prática de estupro na menina indígena foram confirmadas pelo médico responsável pelo atendimento.
Ainda segundo a reportagem, a mãe da criança relatou aos policiais que estava em uma reunião na aldeia e que, após o compromisso, ela foi encontrar a filha na casa de um de seus vizinhos. Quando chegou no local, a menina estava do lado de fora da casa, com marcas de sangue no órgão genital.
A mãe e o vizinho, segundo o registro policial, desconhecem a autoria do crime. O caso foi registrado como estupro de vulnerável na Delegacia de Polícia de São Vicente.