miguel-falabellaPor Miguel Arcanjo Prado

Os antigos cabelos loiros agora são brancos. Mas, a graça continua a mesma. Miguel Falabella completou 60 anos de vida no último dia 10 de outubro e chega à maturidade com uma carreira vitoriosa tanto na televisão quanto no teatro, onde resolveu agora interpretar o próprio Deus, na peça “God”, sucesso da Broadway que trouxe para o Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo.

“É um texto muito engraçado. Vi em Nova York e me apaixonei”, conta o ator ao Blog do Arcanjo do UOL, informando que também é diretor e versionista do sucesso escrito pelo estadunidense David Javerbaum e interpretado nos EUA por Jim Parsons.

Quando faz comédia, Falabella se sente completamente à vontade. Afinal, o protagonista da célebre “Loiro, Alto, Solteiro, Procura” ajudou a inventar o teatro besteirol dos anos 1980, ao lado de nomes como Guilherme Karam e Mauro Rasi. E ainda marcou a noite brasileira de domingo nos anos 1990 com o falido e esnobe Caco Antibes, da série “Sai de Baixo”, um espetáculo teatral gravado para a TV no mesmo palco onde encena “God”, que tem codireção de Fernanda Chamma.

Mesmo tendo formação intelectual densa — ele é formado em letras pela UFRJ e fez intercâmbio em Paris, onde estudou com grandes nomes —, Falabella não tem preconceito de fazer o povo rir.

“Na peça, vivo Deus, que está falando com a plateia, usando o corpo de um ator. É muito divertido”, define sua nova montagem, produzida por Sandro Chaim, seu parceiro nas últimas produções teatrais. Na peça, contracena com dois “anjos-assistentes”, interpretados por Elder Gattely e Magno Bandarz.

A peça marca um “respiro” de Falabella no mundo dos musicais, aos qual se dedicou nos últimos tempos. O mais recente foi “Antes Tarde do Que Nunca”, no qual atuou e dirigiu. Também esteve no comando dos sucessos “A Madrinha Embriagada” e “O Homem de la Mancha”, que abocanhou o Prêmio APCA de melhor espetáculo e melhor ator (Cleto Baccic) em 2014.

Como sempre, Falabella não consegue fazer uma coisa só. Está no teatro no mesmo tempo em que na Globo é gravado a mais nova série que escreveu, após o sucesso ”Pé na Cova”. Trata-se de “Brasil a Bordo”, com a história de uma companhia aérea tão falida quanto ao nosso país, prevista para 2017.

“Terá até um arrastão dentro do voo”, promete, além de adiantar que a aeronave terá ainda uma lhama que cospe nos passageiros. “A lhama não tem ideologia, ela cospe tanto na patroa quanto na empregada. Meu trabalho se mistura com o prazer”, admite, com um sorriso no rosto.